Canavieiras é um paraíso escondido no sul da Bahia. A cidade fica aproximadamente a 2 horas de carro saindo de Ilhéus e a 8 horas de carro saindo de Salvador.
Sua principal atividade econômica é o turismo, e a cidade tem um papel muito importante na história do nosso país.
Minha família e eu vamos a Canavieiras a mais de uma década e percebo que sua trajetória é pouco conhecida, isso me faz querer escrever vários post com diferentes perspectivas e aproveitar a oportunidade para compartilhar o meu conhecimento e experiência pessoal dessa cidade com todos vocês.
BREVE HISTÓRIA
No século 18, os portugueses fugindo dos índios pataxós acabaram em uma ilha onde se instalaram, e ali iniciou o plantio de cacau (que muitos acreditam que começou em Ilhéus, porém iniciou em Canavieiras).
O seu nome é a junção do nome da família de portugueses Vieiras + o cultivo abundante de cana de açúcar, ficando assim Canavieiras.
Na cidade de Canavieiras aconteceu o principal comércio de escravos da época, além de ter sido o marco para várias expedições nas redondezas.
Fundada em 05 de junho 1972, atualmente a cidade tem aproximadamente 30.722 habitantes, segundo o IBGE 2021.
O QUE CANAVIEIRAS TEM?
Canavieiras tem uma energia diferente! Sim, quando eu chego na cidade o relógio parece ir mais devagar e o tempo é diferente por lá, quero deslocar a minha realidade corriqueira, minhas preocupações e ânsias que me são impostas para sobreviver, e eu apenas quero sentir a vida que flui dentro de mim.
A cidade tem uma história sofrida, tem um peso enorme de exploração, e hoje eu sinto que uma sensação de compensação paira sobre o local, a alegria saltitante nas noites na beira dos rios e do mar, os antigos sofrimentos submergem a ponto de afogar-se, as ruelas tendem a sussurrar suas histórias, fuxicando entre as construções de mais de um século, o sol espreguiça-se antes de ir, e a lua anseia em chegar o seu turno.
Não vá a Canavieiras com a esperança de encontrar uma balada noturna, um bar de esquina ou festas de carnaval, entenda que essa energia não pertence ao lugar, aconselho desligar o motor do carro, levar uma rede, não contar os seus passos ao andar pelas antigas ruas de grandes pedras, desligar o celular ou qualquer superficialidade e embebedar-se de uma respiração saudável, areia nos pés, observar o mar e sentir a vida em suas veias.
Rubria Liliane
Jornalista e escritora entusiasta
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